terça-feira, 27 de outubro de 2009
Personalidades e suas personalidades
No mundo esportivo, assim como no mundo "real", vemos quem são os vencedores e quem os perdedores não somente pela qualidade técnica como também por seus traços de personalidade e sua capacidade de não sucumbir às pressões sofridas. Destaco alguns casos que merecem, no mínimo, uma análise desse blog.
Rubens Barrichello - Um piloto de talento extraordinário, entretanto, quanto mais depositamos nossas fichas nele mais ele decepciona seus adeptos. O que é o diferencia do termo "pipoqueiro" é que quando as expectativas são as piores seus resultados são espetaculares.
Galvão Bueno - É aquele tipo de pessoa que conhece de tudo e de todos, perito nas mais distintas áreas do conhecimento, como física e línguas estrangeiras ou esporte e política. A opinião dele é mais importante e verdadeira do que qualquer outra. Traduzindo "o mala". Essas pessoas que sabem tudo criam uma ideia de nunca errarem e quando o fazem o impacto é maior do que os erros das outras pessoas.
Michael Schumacher - Como um sujeito com resultados medíocres, no significado pejorativo dessa palavra, pode se transformar no maior piloto de todos os tempos? O motivo é simples, obstinação. Toda a oportunidade que o "spoonface" tinha de melhorar seus números ele, em algumas vezes de forma inescrupulosa, não pestanejava em tentar. Essa personalidade é muita rara de ocorrer em qualquer ramo profissional, porém, seria o ideal na sociedade capitalista em que vivemos.
Mané Garrincha - Instintivamente, o maior jogador de futebol de todos os tempos. Os técnicos e cronistas da época falavam que se o marcador pensasse para marcar Mané seria batido com facilidade por que Mané não pensava tudo o que fez, em campo, era instinto. Fora das quatro linhas sempre se envolveu com as piores companhias possíveis, como o alcoolismo que o fez morrer em 1983. É um caso clássico de ser humano em que o instinto predomina e por isso não faz planos a longo prazo, sucumbindo de forma trágica e melancólica.
Ronaldinho Gaúcho - Talvez o maior jogador de futebol nascido após os anos 1960. Ganhou tudo o que quis, brilhou com jogadas e gols estonteantes, mas, em um determinado período da vida perdeu a motivação (aquilo era fácil demais). É natural ao ser humano se motivar mais quando as dificuldades forem maiores e quando não existirem dificuldades abandonar ou trocar sua atividade profissional. Uma música que retrata essa situação é "Ouro de Tolo" do Raul Seixas que diz que conseguiu tudo na vida e agora estava entediado.
Pipoqueiro ou pipoca - Por ser generoso não vou citar ninguém nesse tópico, mas, são aqueles indivíduos que quanto maior for o desafio menos eles renderam. Numa sociedade que visa o lucro como a nossa esses seres estão diretamente ligados aos valores mais negativos possíveis. São aqueles que só sabem fazer um "bonito".
Apesar da minha pretensão gostaria contar com a colaboração dos leitores para outros tipos de personalidades comuns no cotidiano e em outros "mundos".
Blog do Márcio.com.br - Aqui a juripoca pia!
P.s.: Por motivos técnicos não publicamos nos últimos dias.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
O Militarismo no Brasil
Apesar de não ter vivenciado o período em que os militares governaram o país, convivo com várias pessoas que presenciaram essa época.
Na minha opinião, um governo que não aceita nenhuma forma de oposição, independente do lado (direita ou esquerda), não me representará.
No ambiente familiar essa questão nunca foi muito polêmica, muitos sabem o que é ser perseguido por pensar diferente.
Entretanto, alguns conhecidos, visualizando a atual corrupção do nosso país, volta e meia cogitam o retorno dos militares ao poder, uma vez que no tempo deles o caos era menor.
Oras! O que é isso?
As pessoas que defendem essa ideia, no mínimo, não possuem consciência política acerca do que venha a ser o país que vivem, pois com os militares a corrupção aumentará já que eles não permitirão investigações sérias sobre qualquer escândalo.
Outra situação apavorante é a desinformação gerada no período militar, onde muitos jovens que defendiam um país igual para todos simplesmente desapareceram.
Espero com esse pequeno texto auxiliar algumas pessoas que possam defender a volta dos "milicos" a tomarem decisões em sentido oposto, mas, reiterando, respeito a diversidade de opiniões e somente com essa diversidade conseguiremos construir um país melhor e, de fato, para todos.
Blog do Márcio.com.br - Por que a unidade de medida do Q.I. é Tar.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Pílulas do dia seguinte
Olim(piadas) Rio 2016: de fato, adentramos num novo período. Pelo menos, o astral do brasileiro mudou. Pré-sal (ou pressal, na nova ortografia?), habitação para todos, salário mínimo acima de R$ 500,00. Lula conseguiu, apesar dos pesares, impregnar o Brasil de otimismo. Essa vitória, em franca oposição a Chicago e aos EUA representados por Barack Obama, é a vitória do que Lula representa perante o mundo. Faço analogia dessa olimpíada a uma bela vitrine, uma exposição para qual os holofotes estarão direcionados. Resta saber se o conteúdo do mostruário, o que teremos a apresentar ao planeta, será digno de tanta expectativa.
Sobre a F1: Rubinho é isso aí. Sem ser original, quando mais se espera dele... é daí de não sai nada mesmo. Capaz de desempenhos extraordinários quando as circunstâncias são as mais desfavoráveis, costuma ratear quando o universo conspira a seu favor. Mas acho que dessa vez, ele sai com mais crédito da derrota. Lutou a luta justa, sem espernear e sem perder a compostura, somente o campeonato. Méritos de Jêinssan Bãtaoum. Se bem que, em 2007, o Hamilton perdeu um campeonato tendo vantagem de 17 pontos faltando duas corridas. Agora são 16. Milagres acontecem. Mas, pelo histórico, é melhor não alimentar expectativas.
“É da natureza do Humor ser impiedoso. O humor é o fiscal da falibilidade humana. Aceito que, às vezes é irresistível fazer uma piada sobre as coisas tristes, mas, sem querer parecer bonzinho, sou meio desajeitado para bater em cara amarrado. Chamo ‘bater em cara amarrado’ o que se pode chamar de Síndrome de Lynch. O cara passa por uma multidão que está linchando alguém, vê o pobre do linchado amarrado ao poste, vai lá e dá a sua porradinha.” (Ziraldo) Em tempos de pegadinhas, pânico, zorra total, o humor é sem graça e é angustiante a expectativa de algo além de belas bundas ornadas por acefalia e a claque a la Chaves.
Vamos falar de Honduras: o assunto já tá meio requentado, mas cabem alguns pitacos: Zelaya era direita. Micheletti é de direita. Ambos são do mesmo partido. Zelaya percebeu o movimento rumo à esquerda que toda América Latina viveu nos últimos anos. Resolveu pegar carona. Micheletti e a facção mais conservadora do partido deles resolveram empinar a carroça para obstruir a capitalização política populista de um ex-reacionário que cai nos braços do povo. A chancelaria brasileira se postou (com correção, em minha opinião) contra o Estado de exceção, contra o golpe, contra o poder dos quartéis. O Itamaraty é a melhor parte do governo Lula. Mesmo que esteja sendo usado por um caudilho, a expectativa era participar da restauração do Estado de direito.
A Anti-candidatura (eu prometo que até 2012 eu aprenderei como usar ou deixar de usar o hífen): Enquanto Ciro e Marina desfilam seus nomes como alternativas à polarização PTxPSDB, ainda que indisfarçadas crias do contraditório governo Lula, Heloísa Helena baixou a crista e cogita seriamente retirar seu nome da disputa. Com a brecha, Plínio de Arruda Sampaio surge como o nome do PSOL. Respeito e admiro a história e a postura do Dr. Plínio, mas se assumir como candidatura de protesto apenas ressalta a falta de um projeto político de esquerda. Em 1929, o modelo soviético surgiu como verdadeiro fantasma, causando paranóia no ocidente. Hoje, fenômeno mundial, desde a crise iniciada pela especulação imobiliária nos EUA, ficamos na expectativa de um projeto diametralmente oposto à ladainha de austeridade fiscal, controle dos gastos públicos, a histeria do mercado contra a intervenção do Estado na economia, etc, etc... e nada de grande repercussão surgiu.
Tem um jornalista chamado Flávio Gomes, figurassa. Ele idolatra alguns símbolos da antiga cortina de ferro. Disputa (como piloto mesmo) corridas a bordo de um Lada e é fã número 1 dos Trabant da Alemanha Oriental. No seu blog, ele está fazendo uma espécie de diário de viagem de Berlim a Praga, passando por Dresden, guiando um possante Trabant, de 26 hp, que recebeu o apelido de Gerd. Algumas passagens são impagáveis; outras, motivadas pelo consumo de cerveja de excelente qualidade, levam às lágrimas... de tanto rir! O mais interessante, contudo, é a simpatia ao modo de vida socialista. Selecionei um trecho: “Uma das críticas que fazem ao antigo regime diz respeito à doutrinação da molecada com ideias marxistas-leninistas desde cedo nas escolas, como se fosse um pecado ensinar aquilo em que se acredita. O que se faz numa escola brasileira hoje desde pequeno? Ensina-se a competição, o mata-primeiro-senão-ele-te-come-no-mercado-de-trabalho, a dar valor ao dinheiro, ao ter, ter mais sempre, e o que é isso que não uma doutrina escroto-capitalista que enfiam na cabeça das crianças mal elas saem das fraldas? Rotos falando de esfarrapados.” E conclui que a vida sem grandes expectativas pode nos afastar das grandes decepções.
Blog do Márcio.com.br: E aí, é menino ou menina?
Sobre a F1: Rubinho é isso aí. Sem ser original, quando mais se espera dele... é daí de não sai nada mesmo. Capaz de desempenhos extraordinários quando as circunstâncias são as mais desfavoráveis, costuma ratear quando o universo conspira a seu favor. Mas acho que dessa vez, ele sai com mais crédito da derrota. Lutou a luta justa, sem espernear e sem perder a compostura, somente o campeonato. Méritos de Jêinssan Bãtaoum. Se bem que, em 2007, o Hamilton perdeu um campeonato tendo vantagem de 17 pontos faltando duas corridas. Agora são 16. Milagres acontecem. Mas, pelo histórico, é melhor não alimentar expectativas.
“É da natureza do Humor ser impiedoso. O humor é o fiscal da falibilidade humana. Aceito que, às vezes é irresistível fazer uma piada sobre as coisas tristes, mas, sem querer parecer bonzinho, sou meio desajeitado para bater em cara amarrado. Chamo ‘bater em cara amarrado’ o que se pode chamar de Síndrome de Lynch. O cara passa por uma multidão que está linchando alguém, vê o pobre do linchado amarrado ao poste, vai lá e dá a sua porradinha.” (Ziraldo) Em tempos de pegadinhas, pânico, zorra total, o humor é sem graça e é angustiante a expectativa de algo além de belas bundas ornadas por acefalia e a claque a la Chaves.
Vamos falar de Honduras: o assunto já tá meio requentado, mas cabem alguns pitacos: Zelaya era direita. Micheletti é de direita. Ambos são do mesmo partido. Zelaya percebeu o movimento rumo à esquerda que toda América Latina viveu nos últimos anos. Resolveu pegar carona. Micheletti e a facção mais conservadora do partido deles resolveram empinar a carroça para obstruir a capitalização política populista de um ex-reacionário que cai nos braços do povo. A chancelaria brasileira se postou (com correção, em minha opinião) contra o Estado de exceção, contra o golpe, contra o poder dos quartéis. O Itamaraty é a melhor parte do governo Lula. Mesmo que esteja sendo usado por um caudilho, a expectativa era participar da restauração do Estado de direito.
A Anti-candidatura (eu prometo que até 2012 eu aprenderei como usar ou deixar de usar o hífen): Enquanto Ciro e Marina desfilam seus nomes como alternativas à polarização PTxPSDB, ainda que indisfarçadas crias do contraditório governo Lula, Heloísa Helena baixou a crista e cogita seriamente retirar seu nome da disputa. Com a brecha, Plínio de Arruda Sampaio surge como o nome do PSOL. Respeito e admiro a história e a postura do Dr. Plínio, mas se assumir como candidatura de protesto apenas ressalta a falta de um projeto político de esquerda. Em 1929, o modelo soviético surgiu como verdadeiro fantasma, causando paranóia no ocidente. Hoje, fenômeno mundial, desde a crise iniciada pela especulação imobiliária nos EUA, ficamos na expectativa de um projeto diametralmente oposto à ladainha de austeridade fiscal, controle dos gastos públicos, a histeria do mercado contra a intervenção do Estado na economia, etc, etc... e nada de grande repercussão surgiu.
Tem um jornalista chamado Flávio Gomes, figurassa. Ele idolatra alguns símbolos da antiga cortina de ferro. Disputa (como piloto mesmo) corridas a bordo de um Lada e é fã número 1 dos Trabant da Alemanha Oriental. No seu blog, ele está fazendo uma espécie de diário de viagem de Berlim a Praga, passando por Dresden, guiando um possante Trabant, de 26 hp, que recebeu o apelido de Gerd. Algumas passagens são impagáveis; outras, motivadas pelo consumo de cerveja de excelente qualidade, levam às lágrimas... de tanto rir! O mais interessante, contudo, é a simpatia ao modo de vida socialista. Selecionei um trecho: “Uma das críticas que fazem ao antigo regime diz respeito à doutrinação da molecada com ideias marxistas-leninistas desde cedo nas escolas, como se fosse um pecado ensinar aquilo em que se acredita. O que se faz numa escola brasileira hoje desde pequeno? Ensina-se a competição, o mata-primeiro-senão-ele-te-come-no-mercado-de-trabalho, a dar valor ao dinheiro, ao ter, ter mais sempre, e o que é isso que não uma doutrina escroto-capitalista que enfiam na cabeça das crianças mal elas saem das fraldas? Rotos falando de esfarrapados.” E conclui que a vida sem grandes expectativas pode nos afastar das grandes decepções.
Blog do Márcio.com.br: E aí, é menino ou menina?
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