No campo da política, Goiânia sempre foi conhecida por ser o pontapé inicial do movimento de redemocratização brasileira conhecido por Diretas Já, no ano de 1984. Na última semana, presenciamos aqui diversas manifestações políticas que ameaçam o mórbido pacifismo local que data de priscas eras.
Primeiramente, recebemos a visita do atual presidente da república que, aproveitando uma celebração de entrega de casas populares, discursou de forma bem articulada, contrariando o senso comum que o execra por sua baixa escolaridade, e criticou seus opositores goianos que não souberam administrar nosso estado.
No dia seguinte, uma carreata, articulada pela igreja católica, parou o centro da cidade com os dizeres " Pela vida, contra o aborto!". Essa é uma situação complexa, pois a igreja católica e alguns segmentos da sociedade querem gerir os ventres femininos, pra mim, essa é uma decisão que cabe apenas à própria mulher.
Por fim, no outro dia, uma meia dúzia de seis ou sete (como dizia um conhecido) estudantes caminharam pelas ruas da cidade para requerer a renúncia do atual presidente do senado brasileiro. Essa manifestação, em pequena escala, lembra o movimento dos "caras-pintadas" de 1992, porém, não têm nenhum canal de televisão coordenando-o pelos bastidores.
Por coincidência, estava na rua durante os três acontecimentos e verifiquei a opinião das pessoas que, num consenso pitoresco, emitiam os seguintes comentários: " Político é tudo bandido, só vejo quem vou votar na fila da votação" ou "Esse povo precisa achar um lote pra capinar". Essas opiniões demonstram a letargia do goianiense em perceber as transformações do mundo e que a relação entre servos e senhorios já está extinta.
O que vocês acham disso?
Primeiramente, recebemos a visita do atual presidente da república que, aproveitando uma celebração de entrega de casas populares, discursou de forma bem articulada, contrariando o senso comum que o execra por sua baixa escolaridade, e criticou seus opositores goianos que não souberam administrar nosso estado.
No dia seguinte, uma carreata, articulada pela igreja católica, parou o centro da cidade com os dizeres " Pela vida, contra o aborto!". Essa é uma situação complexa, pois a igreja católica e alguns segmentos da sociedade querem gerir os ventres femininos, pra mim, essa é uma decisão que cabe apenas à própria mulher.
Por fim, no outro dia, uma meia dúzia de seis ou sete (como dizia um conhecido) estudantes caminharam pelas ruas da cidade para requerer a renúncia do atual presidente do senado brasileiro. Essa manifestação, em pequena escala, lembra o movimento dos "caras-pintadas" de 1992, porém, não têm nenhum canal de televisão coordenando-o pelos bastidores.
Por coincidência, estava na rua durante os três acontecimentos e verifiquei a opinião das pessoas que, num consenso pitoresco, emitiam os seguintes comentários: " Político é tudo bandido, só vejo quem vou votar na fila da votação" ou "Esse povo precisa achar um lote pra capinar". Essas opiniões demonstram a letargia do goianiense em perceber as transformações do mundo e que a relação entre servos e senhorios já está extinta.
O que vocês acham disso?
7 comentários:
Concordâncias...
Bom, são vários os pontos que podem/devem ser comentados nesse post. O primeiro é uma avaliação do texto, em forma de artigo/ensaio. Muito bom, tanto em termos formais (tamanho, estrutura, ortografia) quanto em relação ao conteúdo (um tema deveras interessante.
Revela-te um escritor capacitado para assuntos espinhosos e/ou variados.
Discordâncias...
Como não poderia deixar de ser expresso aqui minhas divergência quanto à postagem:
1.ª Não reconheço Goiânia como sede de fóruns democráticos. Vejo na cidade um ponto de encontro de oligarcas interioranos com uma recém-formada burguesia adaptada aos padrões internacionais de cultura e consulta. Ademais, a falta de tradição nas jornadas operárias e a insignificância de suas manifestações estudantis (em âmbito nacional) corroboram minha impressão de que tratamos de uma terra de coronéis, sejam da velha estirpe, sejam os modernosos.
2.ª Respeito discordando amistosamente da tua posição quanto ao aborto. É um tópico super complexo, mas que envolve muito mais de que a vontade da gestante, na minha opinião. Deve ser tratado como problema de saúde pública sim, e não descarto as implicações religiosas e culturais que o cercam. Já não mais considero uma “manifestação do conservadorismo do senso comum” aquela: frase: Na hora de fazer não estava bom? Agora que arque com as conseqüências...
3.ª Creio que há sim uma orquestração dos grandes meios de comunicação no Fora Sarney. Assim, como no caso do impeachment, estou do lado deles, ou seja, da deposição de um déspota. Mas o enfoque sistemático e persistente, com uma denúncia atrás da outra, emergindo do lodaçal como uma articulada cadeia de elos não me deixa dúvidas de que passou a ser mais interessante para a mídia gorda o afastamento do único dono de dois (!) Estados brasileiros, ou ao menos a diminuição de sua zona de influência.
4.ª Mais do mesmo: a apatia em relação a esses temas não é novidade, até vem ao encontro da 1.ª discordância. O que, na minha percepção, vem à tona, é aquela já antiga pergunta de um velho comunista calejado pelos insucessos nas lutas comuns pela liberatação: O que fazer?
Sugestões
* Divulgar o blog para os antigos membros do M.E.C.C.P. e da lendária C.J.C. para enriquecer o debate;
* Escolher os blogs afins e os links -direto da página;
* Temas para as próximas postagens (de acordo com o perfil do blog):
- A briga IURD vs. Rede Globo (política);
- A refugada do Schumacão (esporte);
- As propostas para a criação de novos Estados no Brasil (aqui é cultural, e demanda uma pesquisa mais aprofundada);
- A posição da imprensa desportiva com relação ao desmanche do Corínthians, o Mano jogando a toalha, a unificação com o calendário europeu, o veto dessa proposta (acho que envolve política, esporte e cultura);
- Qual é o problema da esquerda? (essa pauta sempre se faz presente mesmo...).
Saudações
Em primeiro lugar agradeço à parte que me toca (hehehe).
Bom, quanto as tuas críticas, respondo que a ÚNICA manifestação que contou com a presença dos "pé rachados" foi a diretas já.
2° Apoio qualquer "auto-decisão" sobre o seu destino, por isso defendo que quem deve ser favorável ou não ao aborto deve ser a gestante.
3°Conforme vimos essa semana as principais emissoras de televisão do país estão mais preocupadas em se degladiarem do que em coibir a figura do bigodudo.
4°A história sempre mostrou e mostrará que Goiânia está atrasda assim como o estado em relação às transformações políticas. Como dizia aquela antiga piadinha " O goiano entra em uma banca de jornais na Av. Paulista, em SP, e para parecer bem informado fala que ficou o dia viajando e pede o Estadão atrasado para se informar das notícias e o jornaleiro bem prestativo volta com um mapa de Goiás para vender."
Por fim, sugiro que as pautas mencionadas, também, sejam desenvolvidas por vossa senhoria.
Muito boa a sua iniciativa,espaços para diálogos, "ainda" são abertos para nós meros mortais.
Com a sua iniciativa, também vou trabalhar no meu Blog, "que foi feito com muita insistência de um Professor do GDF", e assim poderemos fazer nem que pelo "uso somente de palavras um mundo nosso melhor"
É epoca de eleição tem sempre alguem fazendo média, para ganhar uns votos e que paga pelos transtornos somos nós.
Cara, eu acho que o Marco tinha q arrumar um lote pra carpir!
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